Um artigo publicado nesta terça-feira (06) na revista Nature Communications mostrou que o gelo marinho que cobre o oceano no círculo Ártico pode desaparecer por completo durante o verão a partir da década de 2030. O estudo aponta que, mesmo com reduções significativas nas emissões de carbono, a cobertura de gelo pode levar até 20 anos para se recuperar.
O gelo marinho do Ártico desempenha uma série de papéis importantes para o equilíbrio do planeta — ele ajuda a Terra a manter temperaturas amenas e é fundamental para a circulação de nutrientes pelos oceanos, por exemplo. Nas últimas décadas, porém, a área que esse gelo cobre no extremo norte do globo vem caindo constantemente. O que os cientistas não esperavam é que já na próxima década possamos ter meses totalmente livres desse material.
O gelo marinho no hemisfério norte se acumula nos meses de inverno e começa a se retrair no verão, atingindo seu mínimo anual em setembro. Contudo, as novas projeções indicam que, a partir da próxima década, o gelo poderá derreter totalmente neste mês.
Min explica que, a partir do momento em que o oceano ártico fica sem essa cobertura durante o verão, o acúmulo de gelo que acontece no inverno é muito mais lento. Dessa forma, mesmo reduzindo as emissões hoje, a recuperação do gelo só estaria completa a partir de 2050. Isso não significa que a humanidade não precise agir — em um cenário pessimista, em que o planeta continua a queimar combustíveis fósseis como faz hoje, a ausência de gelo pode durar de agosto a outubro na década de 2080.
A tendência de desaparecimento do gelo marinho no Ártico durante o verão já era esperada por cientistas, mas apenas em cenários de altas emissões e, mesmo assim, pelo menos uma década mais tarde. Min afirma que o planeta deve se preparar para as consequências dessa antecipação, pois “ela implica que também vamos passar por eventos climáticos extremos mais cedo do que o previsto.”
Fonte: CanalTech – 10/6/2023.
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