Ao todo são 90 espécies do gênero Toxorhynchites espalhadas ao redor do mundo, principalmente em ambientes com bastante vegetação. Dessas, 13 são encontradas no Brasil.

 Há quem prefira os venenos, quem usa raquete. Há quem ouse bater forte as palmas da mão ou até quem domine a arte de capturar os insetos fechando o punho de maneira muito rápida e ágil. Não importa a estratégia, uma coisa é certa: todo mundo sempre está à caça dos mosquitos.

Mas você sabia que existem espécies que se alimentam apenas de néctar e são inofensivos aos seres humanos? São os mosquitos-elefantes.

Esse nome popular não é à toa. O primeiro motivo é relacionado ao tamanho desses animais que são conhecidos como os maiores mosquitos do mundo, medindo aproximadamente 12 milímetros, enquanto o Aedes aegypti, por exemplo, tem entre 3 e 5 mm.

O segundo nome possui relação com a dieta do inseto. “Esses animais do gênero Toxorhynchites possuem uma curvatura acentuada do aparelho bucal (probóscide), semelhante à tromba de elefante. Essa adaptação evolutiva está diretamente relacionada ao hábito alimentar desses mosquitos, pois tanto machos quanto fêmeas se alimentam de néctar de flores e seiva de plantas. Nesse sentido, as fêmeas, diferentemente de todas as outras espécies de mosquitos, não são hematófagas, ou seja, não necessitam de sangue para maturação dos ovos.

Apesar dos adultos serem “veganos”, antes da metamorfose as larvas são predadoras e se alimentam principalmente das larvas de outros mosquitos.

Alguns trabalhos sugerem que uma larva possa se alimentar de 300 a 5000 larvas de outros mosquitos. Dependendo da disponibilidade de alimento, elas podem apresentar canibalismo também, e se alimentar de outros animais aquáticos que conseguirem capturar. São vorazes e conseguem comer animais com até o mesmo tamanho corporal. Na falta de presas, também podem se alimentar de detritos.

Além de famintas, as larvas também são espertas, já que “estudos mostraram que larvas de algumas espécies de Toxorhynchites matavam outras larvas sem consumi-las por completo. Esse comportamento ocorria pouco tempo antes do estágio de pupa, como forma de proteção para a sua fase mais vulnerável. A fase de pupa dura cerca de 12 dias até que ocorra a metaformose para a fase adulta.

Enquanto os adultos se alimentam apenas de néctar e ajudam na polinização, as larvas carnívoras acabam contribuindo para o controle populacional de outros mosquitos, inclusive os que se alimentam de sangue.

Enquanto os adultos se alimentam apenas de néctar e ajudam na polinização, as larvas carnívoras acabam contribuindo para o controle populacional de outros mosquitos, inclusive os que se alimentam de sangue.

Vários trabalhos foram feitos para testar o uso deles como controladores de outros mosquitos vetores de doenças em cidades, porém grande parte observou que os mosquitos-elefantes tendem a procurar locais mais naturais para colocar os ovos, ignorando os criadouros artificiais mais comuns dos mosquitos da dengue.

Fonte: Portal G1 – Campinas e região.

Disponível em: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2021/03/16/maior-mosquito-do-mundo-gosta-de-nectar-e-e-inofensivo.ghtml?fbclid=IwAR1rxzf4npDKnt4Gv9ApucO_ECM68WDW2motRC2kf9A7o7nIrTYsqfoO_0U