Dados de uma pesquisa realizada pela Andipet indicam que mais de 44% das distribuidoras pet cresceram acima de 5% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de

2023. No entanto, o fato de 19,5% das empresas terem avançado entre 1% e 4% representa um ponto de preocupação para o setor, segundo o presidente da entidade, Paulo Cesar Maciel.

O cenário torna-se ainda mais preocupante quando avaliadas as distribuidoras que não cresceram ou tiveram recuo no faturamento. Quase 28% das empresas registrou queda no período e 8,3% estagnaram. Atualmente, a associação reúne mais de 50 atacadistas, que atendem em torno de 80 mil pet shops e clínicas veterinárias.

O dirigente avalia que o segmento foi impactado pela perda de fornecedores. “O mercado está em constante movimento, com as indústrias pressionando por resultados. No início do ano, é comum ocorrerem mudanças que resultam na perda de fornecedores por algumas empresas.

Faturamento no 1° tri de 2024

Em relação ao faturamento anual de 2024 em comparação a 2023, 41,7% das companhias preveem um crescimento de, no máximo, 10%.

No entanto, uma parcela significativa (30,6%) espera uma queda de até 10%. “As empresas conseguem substituir algumas indústrias em seus portfólios e recuperar parte desses números, mas ainda devem fechar o ano com uma queda relativa”, diz o presidente da associação.

Impostos e instabilidade travam evolução das distribuidoras pet

Para a maior parte das distribuidoras pet, a alta carga tributária representa a maior barreira para evolução da atividade. A instabilidade política aparece na sequência como principal entrave. Os empresários do segmento também apontam dificuldades de conviver com a equação entre custos

operacionais e margens, além de enfrentarem a concorrência das fabricantes que investem em vendas diretas.

“A carga de impostos de 50% é exagerada. Hoje, mais da metade das famílias mantêm animais de estimação, o que deveria nos direcionar para um caminho oposto em relação aos tributos. No entanto, já existe no Congresso Nacional uma mobilização para inserir os produtos pet na cesta básica e, consequentemente, reduzir a alíquota”, antecipa.

Destinação dos investimentos das distribuidoras pet

O foco na qualificação da mão de obra vem sendo uma resposta das distribuidoras pet ao contexto desafiador – 75% das atacadistas, inclusive, revelaram a intenção de priorizar investimentos em treinamentos neste ano.

“Muitos dos profissionais que formam nossa força de trabalho são graduados em medicina veterinária, o que facilita o entendimento e a comunicação dos diferenciais dos produtos.

Porém, estamos tendo que especializá-los internamente. Não há como não qualificar a equipe”, finaliza.