Doença de gato ou de esporotricose é uma espécie de micose que afeta animais, principalmente gatos. E é transmitida aos humanos. Preocupada com os casos frequentes no Rio de Janeiro, a Comissão de Proteção e Defesa dos Animais (CPDA) da OAB/RJ realizou segunda-feira(27/6) o seminário Esporotricose – a culpa não é do gato. O evento teve como finalidade esclarecer a população sobre a real causa da doença e a criação de um documento com várias ações que será encaminhado ao poder público.

Participaram do seminário Cícero Pitombo, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária; Rogério Lobo, presidente da Anclivepa (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais); e os veterinários Rebeka Cury, Danielle Figueiredo, Cristiane Botelho e Glauco Mello.

Agenda Esporotricose

Além do debate, que contou com a presença de médicos veterinários, a comissão registrou a abertura de um documento chamado Agenda Esporotricose. Entre as solicitações, estão a ampliação dos serviços de diagnóstico e tratamento por parte do Centro de Controle de Zoonoses(CCZ). Inclusão no Programa de Saúde na Escola (PSE) a educação sobre guarda responsável e prevenção de zoonoses.

Além disso, a autorização para veterinários de abrigos, ONGS e protetores independentes atuarem junto aos órgãos fornecedores de remédios e agilizarem as doações de medicamentos e maior participação do Conselho Regional de Medicina Veterinária com cursos, informativos e produção de materiais técnicos relativos a esporotricose, auxílios jurídicos e técnicos para a regulamentação de ONGs e abrigos e inclusão efetiva de veterinários no NASF, o Programa de atendimento domiciliar. Os interessados pode enviar sugestões para o e-mail cpda.oab@gmail.com. O prazo para envio é até o dia 30 de junho.

O que é a esporotricose

Causada pelo fungo Sporothrix schenckii, a doença é uma micose que pode afetar animais e humanos. Desde o final da década de 1990, o Rio de Janeiro tem registrado grande ocorrência da doença em animais, especialmente em gatos. Existe tratamento para a micose e o diagnóstico dos animais já pode ser feito na maioria das clínicas veterinárias.

Nos gatos, as manifestações são variadas. Os sinais mais observados são feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. Nos humanos, a doença se manifesta na forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho, podendo virar uma ferida. Geralmente aparecem nos braços, nas pernas ou no rosto, às vezes, formando uma fileira de pequenos caroços ou feridas. O animal com suspeita de esporotricose deve ser levado a uma clínica veterinária de confiança.

Onde procurar ajuda

A prefeitura do Rio de Janeiro presta atendimento gratuito na unidade de medicina veterinária. No site www.1746.rio.gov.br ou telefone 1746 você pode se obter as informações de dias e horários para consultas. O Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, que fica na Avenida Bartolomeu Gusmão 1.120, em São Cristóvão, também pode contribuir com informações. O e-mail é ijv@rio.rj.gov.br.

Para humanos, o atendimento de esporotricose é pelos médicos de postos de saúde locais e dos serviços de atenção básica do programa Saúde da Família. A Fiocruz, por meio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), também oferece atendimento.

 

Posição da OAB

“O seminário foi feito para esclarecer as pessoas e solicitar dos órgãos competentes o maior controle da doença, mas um controle com carinho, sem matar os gatos, fazendo um investimento maior na prevenção”, disse Reynaldo Velloso, presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais (CPDA) da OAB/RJ.

“O documento que iremos redigir na próxima semana será assinado pela CPDA, da OAB, pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e pela Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (ANCLIVEPA). Iremos visitar o Instituto Jorge Vaitsman, a Fiocruz e a Secretaria de Vigilância Sanitária. E exigir, através deste documento, além do maior controle da doença, que sejam franqueadas situações para abrigos e protetores individuais que cuidam de grande quantidade de gatos”, continuou.

O advogado disse ainda que será solicitado um atendimento específico para representantes de abrigos, ONGS e protetores independentes conseguirem o medicamento utilizado no tratamento, o Itraconazol, sem a burocracia que existe hoje. “Atualmente é exigido que a pessoa leve cada gato para nova consulta no intuito de conseguir o medicamento. Um pessoa que tem 80 gatos em seu gatil não tem condições de fazer isso”, concluiu.

O seminário foi transmitido ao vivo pela TV WEB OAB/RJ e está disponível no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=eRy47wVnnP8

Disponível em: https://www.clubedascomadres.com.br/bem-estar/doenca-gato-esporotricose-tratamento/