Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB do RJ esteve reunida nesta quarta feira,(4/5/2016) e soltou nota comunicando o fim da tração animal na Ilha de Paquetá ainda neste mês de maio.
A decisão foi tomada depois de intensa negociação que resultou num termo de ajustamento (TAC), assinado entre a Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio (OAB/RJ) e a Associação dos Charreteiros da Ilha de Paquetá. A cocheira onde ficam os cavalos, construída pela própria Secretaria municipal de Meio Ambiente, em 2003, na beira da Praia dos Frades, está em estado precário. O esgoto, com urina dos cavalos e fezes, que deveria estar ligado à rede sanitária, corre por uma canaleta aberta no meio do piso e vai direto para o mar.
Os cavalos dormem no chão duro de concreto, dentro de baias com cerca de dois metros quadrados, visivelmente inadequadas. Faltam telhas no local, que parece um depósito de peças velhas e entulho. Apesar de a área estar interditada pela Defesa Civil desde 2010 – quando um temporal fez deslizar a encosta do morro junto ao muro lateral, derrubando uma parede e soterrando um animal – , os charreteiros continuam usando o lugar. Alegam não ter onde deixar os cavalos. Cada charreteiro tem uma despesa mensal de cerca de R$ 1.400 com alimentação, veterinário e remédios. E é preciso ter no mínimo dois cavalos, alternando dias de trabalho. Não há turistas suficientes na ilha hoje para sustentar os 17 donos de charretes”, disse Jorge Rosas, presidente da Charretur.
De acordo com a prefeitura, a conversa com os charreteiros, que aceitaram substituir os cavalos por carros elétricos, está bem adiantada. Segundo informações da prefeitura, os animais serão encaminhados para a fazenda-modelo municipal, que fica em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, onde há o Centro de Proteção Animal (CPA). Para Reynaldo Velloso, presidente da Comissão da OAB, “o fim deste absurdo se aproxima, pois a Prefeitura já comprou os carrinhos e está sendo apenas uma questão de tempo.” Vamos acabar com a herança do chicote. Ressalto aqui que a participação do Poder Municipal foi fundamental para que este sonho se transformasse em realidade”.
A Ilha de Paquetá torna-se um exemplo para o resto do país de que é possível minimizar o sofrimentos dos animais explorados em charretes sem deixar a atividade turística de lado e ainda ganhar muito em marketing positivo para o município, completou o presidente da CPDA/OAB-RJ.
Fonte: Portal Direitos dos Animais – 4/5/2016.