Imprensa relatou: 18/5/2016.

Vários membros da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB do RJ e diversos ativistas, acompanharam hoje(18/5/2016), a retirada dos 31 cavalos da Ilha de Paquetá.
Na semana passada a OAB soltou uma nota comunicando o fim da tração animal na Ilha de Paquetá e a remoção dos cavalos.

A decisão foi tomada depois de intensa negociação que resultou num termo de ajustamento (TAC), assinado entre a Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio (OAB/RJ) e a Associação dos Charreteiros da Ilha de Paquetá. A cocheira onde ficam os cavalos, construída pela própria Secretaria municipal de Meio Ambiente, em 2003, na beira da Praia dos Frades, está em estado precário. O esgoto, com urina dos cavalos e fezes, que deveria estar ligado à rede sanitária, corre por uma canaleta aberta no meio do piso e vai direto para o mar.

Os cavalos dormiam no chão duro de concreto, dentro de baias com cerca de dois metros quadrados, visivelmente inadequadas. Faltam telhas no local, que parece um depósito de peças velhas e entulho. Apesar de a área estar interditada pela Defesa Civil desde 2010 – quando um temporal fez deslizar a encosta do morro junto ao muro lateral, derrubando uma parede e soterrando um animal – , os charreteiros continuavam usando o lugar.

Cada charreteiro tem uma despesa mensal de cerca de R$ 1.400 com alimentação, veterinário e remédios. E é preciso ter no mínimo dois cavalos, alternando dias de trabalho. Não há turistas suficientes na ilha hoje para sustentar os 17 donos de charretes”, disse Jorge Rosas, presidente da Charretur.

O Laudo técnico, emitido este mês por perito veterinário, aponta que os animais possuem condições corporais inadequadas, resultado de alimentação incorreta, cicatrizes, feridas, e lesões crônicas, cascos em péssimas condições, devido ao confinamento em piso duro, com umidade e fezes, bridões apertados e enferrujados machucando a boca, baias insalubres, sem esgoto sanitário e potencial risco de contaminação ambiental e transmissão de doenças.

Segundo informações da prefeitura, os animais serão encaminhados para a fazenda-modelo municipal, que fica em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, onde há o Centro de Proteção Animal (CPA) e posteriormente serão encaminhados para sítios particulares e santuários.

Para Reynaldo Velloso, presidente da Comissão da OAB, “ foi a realização de um sonho e o fim da escravidão na Ilha. Acabou-se a herança do chicote. Já no próximo mês iremos abrir negociações com a prefeitura de Petrópolis, nosso próximo passo”.